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O equívoco do “Seguro Resgatável”: proteção não se compra pelo sobrenome

No nosso mercado, palavras importam. E como importam! Há termos que encantam, outros que confundem, e alguns que simplesmente deveriam ser abolidos.

É o caso da expressão “Seguro Resgatável”, um termo sedutor, mas perigosamente equivocado.

Quando falamos em “resgatável”, ativamos no subconsciente do segurado a ideia de “retorno garantido”, “dinheiro de volta”, “ganho financeiro”. Mas o que deveria ser entendido como proteção vira, na mente do consumidor, uma espécie de investimento com liquidez,  e isso deturpa por completo o propósito de um seguro de vida.

Ao optar por resgatar a reserva constituída, o cliente cancela a apólice. Simples assim. E o que era proteção para sua família desaparece.

O nome composto “seguro resgatável” funciona como um truque linguístico, o segurado compra pelo sobrenome, assim como uma noiva encantada pelo nome da família do noivo pode ignorar sua personalidade, seus valores e objetivos, e sabemos que esse tipo de escolha, na vida real, costuma gerar grandes frustrações no futuro.

O termo “resgatável” deveria ser, com urgência, extinto do vocabulário do seguro de vida. Ele cria falsas expectativasgera decepções e, pior, pode deixar famílias desprotegidas.

E sabemos que há ainda quem se aproveite dessa confusão para vender de forma oportunista, desviando a atenção do verdadeiro papel do seguro de vida,  amparar quem fica.

Mas nem por isso devemos demonizar o produto. O seguro Whole Life (Vida Inteira), por exemplo, com prêmio nivelado e reserva constituída, é sim uma excelente ferramenta de planejamento patrimonial e sucessório.

Afinal, na cobertura por morte, não discutimos “se”, mas “quando”. É uma certeza que exige preparo, previsibilidade e inteligência na escolha da solução.

O Whole Life é, sim, bem aceito por uma parcela da sociedade. Mas ele não é, e nem deve ser visto como, um investimento no mercado financeiro.

Assim como muitos dos meus clientes, se beneficiam da contratação de Seguros Tradicionais com reajuste por faixa etária, em conjunto com planos de previdência complementar, sejam VGBLPGBL, ou mesmo fundos de pensão. Essa combinação oferece cobertura, incentivo fiscal, proteção e planejamento, uma solução completa, ajustada ao perfil e aos objetivos do cliente.

Aqui está o ponto central, não existem produtos ruins, existem produtos inadequados ao perfil e ao momento de vida do segurado. E é exatamente por isso que devemos abolir comparações rasas entre modalidades, como se uma fosse melhor que a outra.

Ter um seguro Whole Life não é “melhor” ou “pior” do que ter um seguro tradicional. O que é, sim, um erro grave, é termos mais de 65 milhões de brasileiros economicamente ativos sem nenhum tipo de proteção.

Assim como em nossa política, onde desperdiçamos tempo demais discutindo lados, esquecendo das dores reais do país, como a evasão escolar, a violência, a desigualdade social e a corrupção, no nosso setor também precisamos parar de discutir qual produto é “menos pior” e começar a falar em atitudes concretas para proteger vidas e famílias.

Que em vez de nos agarrarmos a rótulos como “resgatável”, possamos nos agarrar a um propósito, levar educação financeira, proteção e planejamento às famílias brasileiras.

E que em 2026, ao elegermos nossos representantes, façamos o mesmo que fazemos com nossos clientes, escutemos as dores, compreendamos os objetivos, da nossa sociedade, e atuemos com responsabilidade.

Afinal, enquanto ficamos debatendo nomenclaturas, a vida acontece. E nela, o que vale mesmo é estarmos prontos para o que vem, com proteção, com propósito, e com coragem de mudar o que precisa ser mudado.

Fonte: CQCS, por Rogério Araujo

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